A educação foi engolida pela agenda do discurso neoliberal do banco mundial; trata-se de um grupo composto para pensar a educação como negócio.
Em sintonia com as diretrizes de seus membros constituintes, estão: o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), a Corporação Financeira Internacional (CFI), a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (AMGI), a Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), o Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimento (CIADI) e o Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF).
Esse grupo conduz um modelo de pensamento para a educação fora dos parâmetros culturais, deslegitimando a história política, econômica e social dos países, pois impõe uma agenda única internacional, com modelos centralizados de diretrizes educacionais.
Trata-se de uma politica homogênea e centralizada das metas de planejamento global do negócio da educação.
A lógica arbitrária de gestão do Banco Mundial, em que a capacidade de articulação está diretamente relacionada a quantidade de riqueza de cada nação, traz uma centralidade das aspirações de mundo a partir do eixo dos países capitalistas europeus e americanos.
O ordenamento do Banco Mundial está para consolidar o esvaziamento das políticas de bem-estar social; cortar os investimentos públicos e fortalecer a iniciativa educacional à lógica do capital financeiro, por fim, desarticular qualquer projeto de soberania nacional.
Esse eixo de ordenamento regulador aloca-se através das diretrizes do ministério da educação brasileiro de acordo com os sistemáticos congelamentos e cortes de verbas orçamentais da união destinados à educação.
Para viabilizar esse desmonte educacional utiliza-se de todas as armas possíveis para desqualificar qualquer reação à marcha desse projeto político. Recentemente a eclosão do movimento de escolas sem partido efetivou a paranóia da ideologia de gênero na agenda escolar, a perseguição ideológica aos professores, o patrulhamento conservador nas salas de aulas e a revisão histórica e política da ditadura militar de 1964; e, recetemente, o golpe com o impeachment da ex-presidenta, Dilma Rousseff.
A condução dessa política de desmonte usa a estratégia da desinformação cultural e histórica, como também, o uso de notícias falsas e sem relevância, as fake news.
Trata-se da estratégia de “cortina de fumaça” o desvio de atenção e a possível reação aos embustes políticos da ultra-direita, expressiva pela aliança do agronegócio, da indústria de extração mineral, do capital financeiro, das milícias e dos setores religiosos conservadores da teologia da prosperidade.
Ao defendermos a educação, precisamos descontaminá-la do projeto diretriz do banco mundial e resgatar o método de Paulo Freire como princípio pedagógico, capaz de alocar a educação como ato político, ético, justo, humano e solidário.
A educação como cajado que enfrenta o obscuratismo político e gesta uma inclusão social a partir da luta pela liberdade e igualdade, como pilares fundamentais para o diálogo e ação. Defender o princípio do pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas torna-se vital para varrer o pensamento conservador e retrógado da política educacional do ministério da (des)educação desse (des)governo. Nesse momento de crise a máxima freiriana exemplifica o torpor da política brasileira - “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”.
Editor
prof. Dr. Urbano Nobre Nojosa
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